domingo, 9 de fevereiro de 2014

ISSO MUDARÁ SEU CONCEITO DE REALIDADE, OU, AO MENOS, UMA BOA SUGESTÃO

Hoje me peguei com uma dúvida, que por muitas vezes causa confusão e desperta comportamentos curiosos por aí. Se uma pessoa se permite aprender algo novo com outra pessoa, necessariamente estará admitindo que esta pessoa é alguém "melhor" que ela? 



Sem muito esforço, posso ver nitidamente a imagem em minha mente, do palestrante daquela noite. Convidado por um amigo, fui assistir à palestra relacionada ao comportamento humano. Cabelos pretos, bem penteados, terno impecável, como o clichê perfeito para um orador de renome. Pena que tudo durou exatos 15 segundos, quando a voz hesitante apareceu acompanhada do despreparo e discurso prepotente.

Este tipo de cena é figurinha carimbada,  principalmente no meio acadêmico, onde muito sujeito acredita que seu PhD é um manto sagrado tecido com cabelos de Sansão, que lhe dará forças ilimitadas e proteção contra todo mal em qualquer situação, sem falar em sabedoria ilimitada. 

Poderia ter me levantado e me ausentado a tempo de voltar para casa e assistir ao filme do Pelé, mas acredito que o que importa nessas situações é nossa intenção. Portanto, desde que estivesse motivado a levar algo de bom daquelas 1:30h, acharia algo de bom e sairia muito satisfeito. E assim aconteceu, às 22:35 eu saía da sala com uma ideia nova para aprimorar meu trabalho.

O que me incomoda é a postura mantida por muitos professores, palestrantes, chefes e outros em posição de conhecimento superior aos demais. Apesar de alguns ainda tentarem disfarçar, é clara a necessidade de satisfazerem seus egos com frases derivadas do "você ainda tem muito o que aprender". Como se a humanidade tivesse uma escada imaginária de evolução e estes estivessem próximos à cobertura do arranha-céu. Porém, essa visão linear não faz o menor sentido quando nos permitimos ter uma visão mais ampla da situação.

Você, em sua vida, carrega na memória muitas experiências. Algumas destas, muito vivas, como aquele encontro com os amigos da sexta passada, ou aquela preocupação com o trabalho que não foi entregue no prazo e que insiste em voltar, outras mais remotas, mas que surgem do nada, como aquele fim de semana na praia com a pessoa especial, aquele natal com a família, talvez o último na companhia do seu avô. 


Cada indivíduo possui seu caminho, que dá diferentes voltas, constrói e desconstrói em ciclos, tece tranças e laços, que são nossos relacionamentos, alguns mais íntimos, formando pares trançados, outros mais distantes, reunindo-se apenas em nós esporádicos. Por fim, todos estes fios de realidades individuais, acabam por tecer o tecido daquilo que conhecemos como realidade, como mundo físico real. 

Assim, nossos conhecimentos, atitudes e escolhas, não fazem mais parte de uma realidade linear, como estamos acostumados a pensar, mas sim de algo maior que não permite medidas, a menos que a avaliação seja limitada a poucas variáveis específicas, como anos de estudo em X ou experiência prática em Y. Sim, pode ser uma mistura de Inconsciente Coletivo com Teoria das Supercordas e alguns temperos Gestálticos quânticos à mais. Ainda prefiro chamar de Teoria dos Múltiplos Caminhos. 



Um indivíduo pode ser um barbante insignificante, quando comparado à peça de tapeçaria oriental da qual faz parte, mas sem cada um desses pequenos fios, cada um com suas peculiaridades em relação aos nós, tramas e cores, a complexidade e beleza da obra final não seria possível. Talvez, final não seja a melhor palavra, uma vez que a obra está em constante mudança, onde passado e futuro não existem, apenas seu estado presente.

Então, ao se deparar com os outros fios, que coexistem em um mesmo momento para que seu fio de vida possa tecer sua obra, seja mais compreensivo, respeitando a realidade de cada um dentro da trama maior da vida Universal. Entenda que cada um possui seu caminho, que pode ser reto, torto, curto, longo, mas ainda assim, é seu caminho e nem por isso deixará de ser mais ou menos belo que o seu, apenas diferente. 

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