sexta-feira, 24 de maio de 2013

DO OUTRO LADO DA JANELA

Ontem, conversando com meu pai sobre as coisas da vida ele me lembrou de uma história muito bonita que já havia conhecido há muito tempo. Ao ouvir a história novamente, logo me vieram à mente alguns conceitos que ouço diariamente de pessoas que se julgam realistas ou céticas e sempre buscam ver para crer. A maioria destas pessoas, entre as que conheço, passou por grandes decepções ideológicas, principalmente religiosas e não se permitem acreditar novamente sem que saibam exatamente onde estão pisando. Por isso, procuram explicações em tudo e acabam perdendo muito da alegria de viver o momento.


Pequenas coisas como apreciar a caricatura torta que seu sobrinho pequeno fez para você, só são possíveis de serem apreciadas se você avaliar de forma não-cartesiana, se você tem a sensibilidade de olhar as qualidades apesar dos defeitos, se você tem a grandeza de reconhecer sua parte naquele sorriso.



Permita-se viver a vida em sua mais absoluta amplitude. Quando estiver pronto, faça a diferença na vida de alguém.



São os pequenos momentos que fazem da vida GRANDIOSA.


Segue o texto na íntegra:

DO OUTRO LADO DA JANELA

Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.

Um deles, podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.

Os homens conversavam horas a fio.
Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias... 
E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte...

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela.

A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela... que dava, afinal, para uma parede de tijolo!

O homem perguntou a enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede.

"Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem..."

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